Altice Portugal pode acusar a Vodafone para o serviço universal
A Altice admitiu-se pedir a intervenção policial para impedir o acesso não autorizado da Vodafone aos postes da MEO, caso entenda estar "em risco a vida das pessoas ou a integridade de bens", disse o CEO da Altice, Alexandre Fonesca. Segundo explicou, a intervenção da Vodafone em postos da MEO sem autorização prévia desta - que é "a proprietária" dos equipamentos e quem faz a sua "gestão" é "lamentável", mas sobretudo "preocupante", porque pode "colocar em risco pessoas e bens".
"Nada nos garante que a subida a um poste por um técnico que não sabemos se está credenciado, o carregar esse poste com mais uma quantidade de cabos, com o peso correspondente e as tensões que exercem sobre esse poste, não possa um dia levar um desses postes a cair e provocar uma fatalidade", sustentou o CEO da Altice Portugal. A Vodafone refutou estarem em causa questões de segurança, sustentando que "a própria ANACOM considerou que 'os 'drops' de cliente, pelas suas características específicas, não constituem risco significativo na estabilidade física dos postes".
Em causa está o litígio entre as operadoras de telecomunicações Altice Portugal e a Vodafone relativamente às intervenções efetuadas por esta última nos postos da primeira para estabelecimento das ligações aos clientes finais, com a Altice a reportar que a partir de agosto de 2017 a Vodafone deixou de lhe apresentar os pedidos de acesso aos postes e de pagar os preços tabelados para o efeito.