A História da Global Media Group: uma maior empresa desde 1990

 

Depois da recente nomeação de novos administradores na Global Media Group (GMG) a empresa a partir de hoje vai fazer a tua marca histórica sobre os entendimentos das marcas de Jornais e Multimédia desde as suas origens até aos dias de hoje. Antes do recuo histórico, importa lembrar a situação atual do Global Media Group.

Na última assembleia geral da Global Media, recordando que no mês anterior a oferta da ERC, foi renovado os diretor executivos da empresa que entregam na GMG, agora composto com os jornalistas propriedades de Galinha, Kevin, António, José Pedro, Victor Menezes, Vítor Coutinho, Rui Rodrigues e Diogo Queiroz. Ao mesmo tempo, a Global Media Groupe chegou a acordo para a venda de alguns títulos, entre os quais o JN, O Jogo, DN, Mapache e TSF. A GMG parece querer manter uma quota de 30% na nova sociedade constituída pelo grupo de novos acionistas do JN. A DN e o Açoriano Oriental deverão manter-se na alçada da Global Media Group e já foi proprietária da Sport TV entre 1998 e 2013, quando foi entregada na Joaquim Oliveira.

Em 2000, a Global Media Group foi comprado pela antiga PT Portugal em Junho do anos e pouco ou nada tem a ver com o que é agora. Como foi possível que uma empresa detentora de títulos tão fortes e prestigiados no panorama português tenha chegado a esta situação e procurando a resposta na história do Global Media que fez um sucesso demais e coretante.

Reveja a História da GMG

  • 1991: Os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias são comprados por Luís Silva, tenente-coronel e patrão da Lusomundo. Esta seria a génese do atual grupo de média.
    • Por esta altura, apesar da concorrência d’O Independente e do recém-fundado Público, O Diário de Notícias é o jornal de referência de Lisboa. Ao mesmo tempo, no Porto, o JN chega “várias vezes a atingir o primeiro lugar do ranking dos mais vendidos em Portugal”.
    • Em 2000, Luís Silva vende o negócio, incluindo as publicações, à NOS. A ideia da PT Portugal era “reunir os conteúdos da Lusomundo Média à infraestrutura que a PTM tinha montado para, desta forma, criar uma oferta de valor aos subscritores do cabo.
    • Mas cedo a PT Portugal percebeu que gerir jornais era uma dor de cabeça”. Entre outros fatores, era necessário um conhecimento específico de um sector que tem características muito próprias.
    • Chegada da Controlinveste em 2005. A PT Portugal foi vendido a empresa de comunicação à Joaquim Oliveira, dono do diretos de Olivedesportos, empresa concessionária da publicidade nos jogos de futebol. À data, o administrador da PT Portugal era Miguel Horta e Costa.
    • O negócio é muito comentado. Sabia-se que o empresário do futebol tinha contraído uma dívida importante para adquirir títulos muito fortes”, sendo que o diário da capital começava a viver períodos de instabilidade.
    • O Diário de Notícias tem seis diretores em 3 anos.
    • Durante estes anos, a Controlinveste vai aumentando as suas dívidas, a par das dificuldades por que passam os negócios da Olivedesportos.
    • Em 2012-2013 entram novos sócios, e novo capital, na Controlinveste. António Mosquito, angolano ligado à petrolífera Sonangol, passa a deter 27,5% do Grupo, a mesma quota que a Joaquim Oliveira. Luís Montez, conhecido empresário dos espectáculos, entra para o grupo de accionistas, ficando com 15%.
    • Os novos acionistas escolhem, para liderar a gestão da empresa, Victor Ribeiro, que vinha do grupo Amorim, e José Carlos Lourenço, saído da Impresa, onde era responsável pela área comercial. Para a presidência do conselho, é nomeado Daniel Proença de Carvalho.
    • Em 2014, o Grupo Controlinveste mudou-se de nome para Global Media, uma alusão às suas ambições internacionais
    • O período é de grandes reestruturações. Os principais jornais ganham um novo layout e é reforçada a equipa do digital. A grelha da TSF foi também renovada.
    • Foi também por esta altura que se concretizou um despedimento colectivo de mais de 200 pessoas e um emagrecimento geral da estrutura operacional.
    • A GMG alcançou um EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] positivo de 186 mil euros, recuperando de um EBITDA negativo de oito milhões em 2014.
    • Em 2016, é vendida a icónica sede do DN, na Avenida da Liberdade, e o jornal é transferido para as Torres de Lisboa. O valor oficial da venda não é divulgado, mas os meios de comunicação social avançam o valor de 20 milhões. Nesse ano também, é lançada uma área de branded content e feita uma grande aposta no digital.
    • Em 2017, chegam novos acionistas, vindos de Macau. Com uma entrada de capital de 15 milhões de euros, e ficando com uma quota de 30%, o novo acionista é o grupo macaense KNJ, da área da construção civil e ligado ao empresário Kevin Ho.
    • José Pedro Soeiro, empresário e gestor angolano, entra agora no negócio, ficando com as participações de António Mosquito e de Luís Montez.
    • No fim de 2019, KNJ e José Pedro Soeiro compram a quota dos bancos. Não se sabe oficialmente o valor do negócio, estes conseguem um desconto superior a 80% A estrutura acionista passa a estar dividida por três entidades: KNJ e José Pedro Soeiro, cada um com cerca de 40%, e Joaquim Oliveira, com cerca de 20%.
    • Em 2020, o Marco Galinha, empresário com interesses em várias áreas de negócio e dono do grupo BEL vendeu a Global Media por 40%, pelo valor de quatro milhões de euros, e faz uma injeção de capital de seis milhões de euros.
    • Nova reestruturação no Grupo, incluindo “o já antecipado” despedimento coletivo de 81 colaboradores, dos quais 17 jornalistas.
    • São nomeados novos diretores. O DN é relançado como publicação diária em papel. A revista Evasões passa a caderno destacável do DN e do JN,  e a Notícias Magazine passa a ser suplemento do Jornal de Notícias.
    • Em 2021, é apresentada a nova CEO da GMG, encabeçada por Marco Galinha.
    • O período não é, no entanto, de estabilidade. Estamos em período de pandemia e o Grupo anuncia a adesão ao regime de apoio à retoma progressiva, “o que implica a redução do horário de trabalho e cortes efetivos nos ordenados acima de dois mil euros brutos, bem como outras limitações e benefícios fiscais”.
    • Em 2022, as estatísticas parecem continuar a favor do Grupo, mas o contexto internacional complica-se, designadamente com a guerra da Rússia na Ucrânia, e “a contestação continua quando é anunciado um programa de rescisões por mútuo acordo”, ao mesmo tempo que são criticadas decisões editoriais, como a contratação da jornalista Alexandra Borges para o cargo de diretora de grande reportagem, com equipa própria.
    • Em 2023 entra um novo sócio para o grupo, António Mendes Ferreira, dono da United Resins, uma indústria exportadora da Figueira da Foz, que fica com 10% do capital. Marco Galinha reforça a sua participação e passa a accionista maioritário, com 50,2%. Em Setembro de 2023, é noticiado que o World Opportuny Fund adquire, por um valor que não foi divulgado, uma participação maioritária na empresa Páginas Civilizadas, ficando com participação social e direitos de voto no GMG. Em Outubro de 2023, João Paulo Fafe é o novo CEO da Global Media Group.
    • Em Dezembro de 2023, O CEO anuncia que irá negociar com carácter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação, que João Paulo Fafe disse ser necessária para evitar a mais do que previsível falência do grupo.

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